Incontestável, algo ainda vive em meio a sujeira.
Um bicho encurralado e pálido
faminto dessas coisas, dessa ousadia
conversa comigo, suspira, pausa, lentamente...
Vomitando partes de mim
deixando rastros pelo quarto
a nicotina e as cortinas
em desespero pela mão trêmula
ou pela violência da pancada eminente.
_Quieto, não assovie mais nos meus ouvidos!!! eu grito
Ele cala, mas pulsa, constatemente nos meus pesadelos mais
íntimos.
_Para, faz favor... eu suplico
E ele ri, compassadamente com meu devaneio...
Por baixo da cama, nos travesseiros, no cheiro que fica na
pele
atravessando o mapa do meu corpo pelas noites insones!