domingo, 20 de outubro de 2013

Os pecados da manhã...ah sim é sempre certa a vontade de permanecer nas horas vazias do ponteiro. O indescritível não acordar, nas elevações doces de cada raio de sol, pela preguiça dos lábios, pela leveza dos dedos.
E é cedo quando me anoiteço a cada manhã não acordada e assim fico até que não hajam mais sonhos nem vales, até que os olhos brinquem na tentiva de entender o que a mente já sabe...
Algumas notas, qualquer coisa de surreal na certeza
Arrasta o homem sua cabeça pela complexidade dos focos de poeira
Todo dia, todo dia...toda...

Vem o que não se diz 
E de tanto não dizer vai solta a compreensão
“So clever” diz o vento
So lonely, so lonely
So lonely
So lonely
So so so lonely

Só é só um sussuro
O que grita é sempre pra dentro...
Consegue ouvir?
Transpondo na metáfora a alma cansada de sentir a complexidade das coisas fugidias, encosto nela todas as emoções que sinto nessa selvageria ignorada de um céu pálido, assim tarda o poente.
Peguei um caderno antigo
e nele escrevi palavras novas.
Nessa minha lira torta
sorrisos e anedotas.
Cheguei à janela com pés descalços
no céu constelações e alguns pedaços
uma lágrima por lembrança...
Entrei no rio com a carne nua
e a alma enferma.
Nessa dança de sereia
por vezes penso: Já é tempo de parar
de povoar o céu com estrelas.

E começam as tardes desnudas, tiro essa pele, fico muda. O mundo acontece lá fora. lá... é sempre tão longe quando é aqui que se estreitam as distâncias entre o tato e a lembrança!
Uma vontade passageira guarda nos olhos a inércia do sono, tantos outros eus vagam por esses mundos imprecisos, brincando de pensar para dentro o que vem de fora!
Ontem ou agora, a dança rompante de ontem tão aqui comigo e agora lá fora, longe do romance, nos sonhos que talvez sejam só a alucinação dos sonhos dessa mesma mulher.
Sou duas e muitas outras, todas na distância das manhãs.
Entre versos, cheiros e lembranças me deitei ao lado da solidão, essa textura familiar e confiável... já faz tanto tempo que nem sei mais ser que não seja só.