terça-feira, 18 de setembro de 2012

Eu sou uma prostituta das palavras, me vendo fácil por qualquer prazer literário!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Algumas vezes não cabem em palavras tudo o que vem oculto na alma, e eu escrevo escrevo escrevo como que para esvaziar uma represa e o que sobra ainda transborda no discurso silencioso das lágrimas!
Vejo o marejar ao longe, as velas dos barcos nesse infinito universo vermelho. É o poente que cai nas mãos dadas, num sorriso pálido, num aperto cálido e caem por vezes estrelas dos olhos e é tão tão vazio esse mar.
Esse silêncio queima todas as línguas enquanto se forma a palavra na boca, há de conhecer os novos signos antes que venhamos a sentir o gosto do amargo, das conjecturas do passado como quem mastiga incessante os mesmos versos solitários, para que possamos lentos e radiantes deixar de manejar as cinzas e esquecer a própria língua no emprego de uma nova e nela produzir livremente.
Enquanto passa, passarinho voa longe, canta saudoso lá atras pra cantar bonito depois.
Passarinho só não quer ficar no ninho enquanto o outro não vem, ele pensa que ninho vazio é qual final de tarde quando o Sol acarinha manso a Terra, não é quente nem bonito....é vazio nessa hora de parar de cantar e voltar sozinho.
Fica comigo passarinho...enquanto passa eu passarei.
E então me falaram que não se pode amar e odiar sempre....Mas que mundo é esse? Que gentes são essas? Pois que eu amo e odeio todos os dias até quanto se pode respirar e pra essas gentes estranhas deixa estar....

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Não há palavras, nem o que dizer, quando cala o coração empalidece a alma, e me arrasto muda e pesada por essa casa chamada solidão, vivendo meus dias em confortáveis escalas de cinza.
Aqui, antes de mim a lira.
Houve tempos de alegria
hoje limpo o que há por dentro.
Choram campos de exilados,
lamentam aos ecos.
Alma cheia de vazio.
Minha vida pelos suas digitais,
pela lembrança na marca da retina.
Hoje no beijo do copo,
e no abraço da caneta.

Cem pés pisam esse deserto

brancos e secos seguem caminhada

carregam a chama dessas velas famintas.

Coração é terra sem lei.

O pé que pisoteia cego na areia batida

é o mesmo que se cala à esperança.

Chora pois, nesse rio salgado

Bebe a sede dessa chama

que leva em brasa cada viajante

e deixe que as velas se apaguem no horizonte.

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Incontestável, algo ainda vive em meio a sujeira.

Um bicho encurralado e pálido

faminto dessas coisas, dessa ousadia

conversa comigo, suspira, pausa, lentamente...

Vomitando partes de mim

deixando rastros pelo quarto

a nicotina e as cortinas

em desespero pela mão trêmula

ou pela violência da pancada eminente.

_Quieto, não assovie mais nos meus ouvidos!!! eu grito

Ele cala, mas pulsa, constatemente nos meus pesadelos mais íntimos.

_Para, faz favor... eu suplico

E ele ri, compassadamente com meu devaneio...

Por baixo da cama, nos travesseiros, no cheiro que fica na pele

atravessando o mapa do meu corpo pelas noites insones!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quem eu sou hoje não lembra daquela que fui outrora e de que importa se já não serei o que não fui? Tudo em mim dorme, tudo em mim são folhas, estremecendo ao vento, lembrando de quando podia tocar a sombra tranquila com as pontas de meus dedos.
Uma vontade passageira guarda nos olhos a inércia do sono, tantos outros eus vagam por esses mundos imprecisos, brincando de pensar para dentro o que vem de fora!
Ontem ou agora, a dança rompante de ontem tão aqui comigo e agora lá fora, longe do romance, nos sonhos que talvez sejam só a alucinação dos sonhos dessa mesma mulher.
Sou duas e muitas outras, todas na distância das manhãs.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Há que se querer um tanto, ouvir uma infindável sinfonia de batidas do coração, sentir fundo a respiração e calcular bem quanto demora o fechar das pálpebras antes que o sonho desperte para o toque das mãos, antes que os pés se encontrem num carinho sutil e os sorrisos húmidos sejam mais que só alegria.

segunda-feira, 19 de março de 2012

E me disseram: "aquele que deixou raízes no coração não há de morrer nunca"
Eis que morri, sem nenhuma bravura, sem nenhuma folha
pois da nascente do rio eu busquei a água, mas o amor é
rio de pedra sempre seco à quem tem sede.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Deito meus pensamentos nesta cela azul, meus joelhos tremendo com os gritos do corredor, essas lembranças fazendo minha prisão maior.
Vou deixar essas mãos me encontrarem, fazer do silêncio minha casa, aprendendo com as palavras que me foram roubadas.
Levanto meus olhos para o céu, tenho estrelas nas mãos.
Gasto meus dias com copos e falsas risadas e parece que esta noite meus queridos não poderão me salvar de brindar com as lágrimas.
Sinto o medo dentro de mim e a dúvida que me alcança sempre, então digo a mim mesma que os inimigos vão chegar logo.
Vou deixar a tempestade entrar, pois já não consigo perdoar essa mulher dentro de mim, pois desde que não consigo mais me encontrar em meus pés não há razão para acordar todas as manhãs esperando pelo pior...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sempre essa reduntante, mostra que por vezes amamos e tantas vezes nos amaram, na distância daqueles que não mais se abraçam...a palavra triste adormecida nos lábios...um hoje não se abrirá de palavras doces para confortar essa alma. Triste triste triste, fico assim retomando a lira incompleta.