quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ninguém viu seu choro
Sufocado pela água do chuveiro
A mão estendida ao peito
A alma pelo ralo
O rímel escorrendo
No canto do olho
As unhas roídas e descascadas
A imagem de uma mortalha
A convulsão do seu sorriso
Seus pés seu cheiro seu sopro
A escrisofenia do seu riso
Ninguém quis a tentativa do abraço
Ninguém se fez companhia
Qualquer coisa de consolo
Algo que grite e quebre a mordaça
Essa casca fina
A fumaça
O cigarro
Quantos mais haverão de fumar?
E quantos cheiros
E quantos beijos
Vão por esse corpo passar...antes que me desnudem a alma

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