quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Antes o sangue a nada,
por vezes sentado a beira do lírico passo perto, adivinho
cavalgo por tardes desnudas, lamento, por oras escrevo
tentando não ouvir as vozes nostálgicas...
Povoam longe esses abutres despertos por qualquer boca que não amanhece.
Deixo que me fale o silêncio...
E há tempos a solidão é narrativa dos meus sonhos
desapercebida dança tranquila sobre os poentes
criando cravos...criando cravos...
sangrando dedos....assim é melhor...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Aceito a condição, aprendendo a não ser, andarilho de alma, deserto perplexo de calma e deixo tudo assim. Aceito a adaga, os dentes de cada sorriso, uma vestimenta moderna de sarcasmo. E se não eu quem decida por mim o que virá ainda será assim, se o que sou é tão ruim?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Os pecados da manhã...ah sim é sempre certa a vontade de permanecer nas horas vazias do ponteiro. O indescritível não acordar, nas elevações doces de cada raio de sol, pela preguiça dos lábios, pela leveza dos dedos.
E é cedo quando me anoiteço a cada manhã não acordada e assim fico até que não hajam mais sonhos nem vales, até que os olhos brinquem na tentiva de entender o que a mente já sabe...

domingo, 9 de outubro de 2011

É que nada se pode fazer quando se acostuma com o pouco, quando as mentiras são muito mais verdadeiras que as palavras. Há tempos que me contento com isso, passando pela vida sem muitas expectativas, evitando o choro e provocando tempestades.
Meus olhos de neblina, meu coração uma garoinha fina persistente insistente como aquele mosquito chato a nos incomodar os pensamentos e logo que chega o ponto final me lembro...ah sim...se eu ainda fosse jovem se já não houvessem essas rugas cada uma devidamente batizada talvez soubesse como é não ter que chegar e me ver assim, estrela flamejante esfriando devagar e sem nenhuma esperança de voltar a ser e sem reclamar do que foi e sem falar sobre o que virá...apenas mais uma expectadora dos sonhos que deixei pela estrada e de vários outros que ainda ficarão.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

E de repente isso...a gente consegue o que quer e essa sensação de vazio a vontade de estar completo se olhar no espelho e ver um reflexo embaçado do que já foi e nada daquilo que sonhou em ser.
Pode ser que por vezes seja só essa solidão abraçada nos lençóis da cama ou aquela poeirinha que insiste em se acumular em nós nas manhas nubladas e é tão cansativo perder todas as mãos desse jogo que nunca acaba e até lá vou segurar essa tempestade queimando tudo o que há em mim com meus olhos fechados inventando que todos perdemos fingindo que não tenho vergonha dessas lágrimas.

domingo, 17 de julho de 2011

Essas notas me remetem a coisas há muito adormecidas o que se fez de forte e o que se fez por dentro e meu ombro são os ventos do que vem alheio do que se possa conhecer, o toque de mil mãos assoitando minha alma na calmaria desse baile de máscaras e a surpresa da grande revelação...quem terá par nesta dança?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Risada da flores

É na hora do despertar que se tem próximo o sonho, nas coisas simples e claras, nos
sentidos ainda ocultos na névoa do sono mas os olhos abertos já podem ver e confundem as
pequenesas com pequenos grãos de poeira correm rapidamente aos lençóis ao pijama e se
fecham pra sentir o cheiro, a risada do vento no farfalhar das folhas, as gotas de chuva
n'algum lugar ou até mesmo uma lembrança muito remota, na ponta dos dedos as flores de um
jardim que só se faz assim, na briza distante de um sonho que não acabou de acordar!

terça-feira, 21 de junho de 2011

O pranto, lágrimas de contas na pulseira do pulso o sangue e a confusão, a terra banhada de tantos lamentos revolvida. O que não nos pertence agora é o que nos domina a volta de todos esses sentimentos no vento que entra pela janela fechada e já é sensível ao toque a convulsão dos sorrisos.
O momento pelo qual se espera quando os anjos abrem seus olhos, são pálidos a apresentar o nascer do Sol ...entre as correntes...entre dentes, alguém cala essa angústia e tantas outras coisas pendentes nesse novo dia e de novo a solidão rastejando pelos pés o calafrio que sobe das sombras, as mãos desprovidas de qualquer carinho rolando ao lado no vazio.
É a tristeza do choro de uma criança ou as partes que deixamos pra trás na confusão das palavras almadiçoando aqueles que são deformados de amor e quem há de se sentar a beira dos sentimentos e assistir a multidão passar?

quarta-feira, 27 de abril de 2011

E eu vou deixando sutilmente esse momento que passa, a porta aberta uma rachadura na vidraça, o pranto acolhido em meu peito a falta do beijo, a cama vazia na poltrona o abraço da saudade e a vontade súbita de sucumbir à lágrima que insiste em cair.
Meu cais é salgado, é salgada a água por baixo dessa ponte e escorre aos montes enquanto escurece em meus olhos seu poente...ah eu me sinto tão doente nesses dias!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Como pode ser um ponto negro? Obscuro é aquilo que não se esgueira nas frestas do poente, um coração que por vezes chorou doente e qual andarilho persiste desarmando a alma, sentimento solto é que escreve como se faz o silêncio.
À margem do que conspira esse moinho, continua insistente a correr no seu ritmo e conforme o vento passa, a terra dessa pele respira e nas folhas pedantes chamam incessantes seu nome no carinho da noite e no suor das tardes tranqüilas.
E já não há nada que se faça além desses olhos fechados, a imagem perfeita, a simplicidade do mapa que traçam seus braços no meu abraço e volta seguro daquele que tem no íntimo o dom de anunciar então a manhã do meu coração.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Eu quero ser o aconchego da casa, o porto da alma onde pousam seus olhos no retorno o vôo livre e desprendido daquele que ama em paz, eu quero ser a certeza dos momentos incertos eu quero ser mais que os dias, eu quero as luas as galáxias distantes eu quero ser a descoberta tímida dos amantes.
Quero não só isso como também as mágoas do amor, as lágrimas da paixão e por vezes que se faça vazio o colchão pois, são nas horas distantes dos ponteiros que a prendemos ser a saudade a forma mais simples de dizer “Eu te amo”.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sentei-me a beira do coração e fiquei espiando por onde passam os rios das montanhas...tão volúvel é a natureza das coisas vivas, a terra por entre os vales, o verde quente aquece as almas perdidas pelo tempo, lambidas pelo vento, mas é simples a brisa antiga quando da face se faz de carinho e é quase palpável essa coisinha fugidia que se chama de amor...só mais um ponto distante, só mais um instante antes que se fechem os olhos e nos deixem livres na queda livre que há tempos me suplica pedante por este vôo incerto da certeza do amor eterno!